Textos

Nas entrelinhas dos meus pensamentos escrevi seu nome

22:16 Drika RiLi 4 Comments

Depois de cada verso escrito ao vento, de cada memória calorosamente guardada, de cada segredo adormecido no coração, de cada sorriso que nasceu pelo mesmo motivo, vem a vontade de caminhar tudo de novo, viver tudo de novo. E junto com o medo, com a incerteza, insegurança, erros, acertos, vem a certeza de que nada foi, nada será, como dizem, em vão. Quando se dá a mão a alguém, quase sempre é possível descobrir coisas que nunca seriam vistas por um único par de olhos. Coisas como caminhar sem se preocupar onde vai chegar, e sim com a estrada, como o inverno pode ser quente e como cada palavra pesada pode soar como poesia.

Algum dia, na vida, a gente percebe que só se leva aquilo que se conquistou lentamente, da forma mais pura e correta. Até porque, que graça teria levar consigo o que veio fácil, que apenas foi mais um desejo que se realizou, sem batalha, vitória e o sorriso que soa como ponto final de comemoração em uma difícil conquista? Na maior das dificuldades, na mais longa caminhada, talvez não importe o destinho que se quer chegar, e sim o caminho que foi seguido. É ai que fica tudo claro: valeu a pena cada passo, cada erro e tropeço, pois esse caminho foi feito segurando a mão de alguém. Daquele alguém.

No fim de cada estrada existe uma velha cabana. Dizem que nela é possível encontrar uma lareira para se esquentar no inverno, uma dispensa cheia para superar a estação e uma cama bem pequena, porém mais do que suficiente. Dizem que a chave para essa cabana está no telhado e você tem que subir para poder entrar. Se você tentar subir em algo, a chave simplesmente não será encontrada, não importa o quanto você procure, e se você optar por ficar do lado de fora, quando o inverno chegar, você morrerá deitado na neve, com frio e sozinho. A única forma de pega essa chave é com a ajuda de alguém. Alguém que você encontrou na estrada, que está disposto a te ajudar e a enfrentar o mais terrível frio com você caso não haja sucesso. E se a pessoa que você escolheu na sua estrada for a pessoa certa, a chave estará lá e a cabana será a mais quente e doce de toda a região. E quando o inverno finalmente acabar, vocês desejarão que caia mais neve, assim terão um motivo para sentar próximos a lareira com uma xícara de café e passar horas perdidos em conversas e risadas, para depois deitarem na pequena cama apertados pelo pouco espaço e pelo frio. E no fim, o inverno não parecerá tão frio, será doce.

Inevitavelmente, passarão pelas nossas vidas a maior sorte de pessoas que se pode imaginar. Algumas chegarão de mansinho, deixam uma breve luz e partirão. Outras nos farão pensar o por quê elas passaram por nós se não tinham nada para mostrar. Algumas te marcarão para sempre e você sempre lembrará de suas histórias, carregando cada memória tão viva que chegará a nos aquecer a alma. Outras estarão lá por toda a caminhada e te lembrarão das histórias ao pé do ouvido quando sua mente cansada já não puder mais lembrar de tudo.

Então não temas a estrada de sua vida. Pode parecer longa e fria, mas nunca será solitária. E enquanto você lutar e persistir, esse lugar ao lado da lareira será de quem você desejar. E se o caminho tiver muitas curvas ou buracos, saiba que você poderá sempre segurar na mão desse alguém e enfrentar qualquer que seja o desafio. E quando você tiver certeza de que esse calor criado a dois durará até o fim do inverno, o sol voltará a brilhar e essa caminhada nunca mais será dura.

Logo nos acende a luz da certeza. A certeza de que todos os erros foram necessários, todos os medos foram superados e todas as conquistas foram importantes. E a maior das certezas, se não estivéssemos juntos, nunca teríamos chegado nem mesmo até a metade desse caminho. Que, lado a lado, somos capazes de superar o amargo da decepção, o tremor dos infortúnios e o frio do fracasso. E cada uma dessas palavras soará como letras de uma canção quando faladas entre as risadas que escapam pela chaminé da lareira, de dentro da cabana.

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